O meu contributo para o desenvolvimento sustentável...
Não, eu não sou especialista do tema. Não é nesse papel que partilho este texto. Nem poderia.
Partilho-o enquanto pessoa que habita este "nosso cantinho" há mais de meio século. Tempo suficiente para consumir alguns recursos e para cometer alguns erros.
Ainda assim, faço parte dum grupo de pessoas que, pelas cirunstâncias em que viveu, acabou por adquirir hábitos menos agressivos para o planeta.
Deixo um resumo do meu contributo; passado e atual.
Faço parte;
dos que viviam com uma muda de roupa que se lavava ao fim de semana, à mão no poço e secava ao vento - e ainda era roupa dada por familiares e amigos,
dos que não tinham carro nem bicicleta - fazia duas horas a pé para escola e o mesmo para ir à vila tratar das compras ou outros assuntos. Para brincar fingia que tinha um carro pegando na roda de um cântaro, rodando as mãos e fazendo um brummm tipo barulho de carro em movimento,
e os poucos brinquedos que existiam eram feitos de paus do chão, folhas de árvores ou simplesmente de terra: por exemplo fazia carteiras com folhas de medronheiro e agulhas de pinheiro, brincava às padeiras amassando terra com água e fazendo pão, contruía casas com pedrinhas e paus,... ,
dos que não tinham carne nem peixe(e muito substitutos de...) a todas as refeições e quando havia era toucinho ou sardinhas de escabeche - compravam-se ao quarteirão e depois de fritas davam para uma semana ,
não tinham champô, gel e afins (quanto mais maquilhagem!) - usávamos sabão clarim ou azul e branco para o banho, para o cabelo e para roupa,
dos que tomavam banho ao fim de semana num alguidar junto à lareira e secavam o cabelo baixando a cabeça para apanhar o calor da mesma lareira,
dos que para se aquecerem no inverno tinham a lareira com lenha que eles próprios faziam - não havia electricidade,
dos que estudavam, comiam e faziam tudo o resto à luz de uma candeia),
dos que levavam uma alcofa para trazer as compras que usavem até rebentar e mesmo assim ainda era remendada,
dos que levavam os sapatos ao sapateiro até não ser possível "remendar" mais,...
Hoje já não faço algumas destas coisas.
Mas, tendo em conta que não me dei mal, continuo;
a usar roupa até que se rompa ou danifique de qualquer outra forma,
a adaptar/transformar as roupas mais usadas ou que deixam de servir,
a fazer panos para limpeza ou peças de artesanato, por exemplo rodilhas, das roupas que esgotaram as opções anteriores,
a usar malas, pastas e outros acessórios até que estejam gastos,
a comer pouca carne e a aproveitar tudo o que sobra das refeições,
a trazer os restos das refeições quando as faço fora de casa,
a ignorar a regra de etiqueta que diz que se deve deixar comida no prato,
a usar a aplicação to good to go para adquirir refeições e outros géneros alimentícios,
a manter os mesmo móveis ao longo da vida, só trocando quando se danificam,
a não usar máquina de secar pois seco a roupa ao ar,
a ter uma única televisão que tem pelo menos 15 anos,
a ter um único telemóvel que só se troca se deixar de funcionar e não tiver reparação,
a ter um único computador que também só troco quando deixa de dar resposta para o trabalho que preciso fazer,
a ter um carro que tem 11 anos e que tenciono trocar quando deixar de andar,
a beber água da torneira e reencher garrafas para levar para fora,
a colocar o lixo nos respetivos separadores, mas acima de tudo a não deitá-lo no chão,
a levar sacos de pano para ir às compras,
a reutilizar os sacos de plástico para o lixo,
a usar as águas de lavar legumes na casa de banho ou nas plantas,
a tomar banho, sem deixar a água a correr o tempo todo,
a lavar os dentes sem deixar a torneira a correr enquanto escovo,
a fechar a luz sempre mudo de divisão e não esteja a usar,
a usar cobertores como aquecimento em vez de radiadores,
a manter abertas as portas do frigorífico o minímo tempo possível,
...
Sim, também sei que são coisas muito pequenas e por isso poderão ser consideradas pouco significativas. Verdade. Mas não sei se sabem a história daquele Beija-flor que queria apagar um incêndio com a água que transportava no seu bico... um poderei contar... mas o resumo da história é:
Faço a minha parte!
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